O novo ministro tem 53 anos, foi eleito
deputado federal pelo PT em São Paulo e é médico.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu
na tarde desta terça-feira (25), a ministra da Saúde, Nísia Trindade,
deflagrando a reforma no primeiro escalão do governo. No lugar de Nísia entrará
o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Com o deslocamento de Padilha, que cuidava da
articulação política do governo, Lula abre espaço para uma nova troca
justamente na área que trata da relação com o Congresso. Padilha foi alvo de
ataques de parte de deputados e chegou a ter embates com o ex-presidente da
Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Na manhã desta terça, Nísia assinou os últimos
atos como ministra numa solenidade no Planalto com a presença de Lula. Ela
assinou portarias referentes à produção de vacinas em cerimônia marcada por
constrangimento. Nísia fez um longo discurso, em tom de despedida, e
cumprimentou vários integrantes de sua equipe.
No fim da solenidade, realizada no Salão Leste
do Palácio do Planalto, um repórter perguntou: “Presidente, o senhor vai fazer
mudanças no Ministério?.” Lula se surpreendeu com o questionamento, houve
silêncio no Salão Leste, mas ele não respondeu.
No cargo desde o início do governo, Nísia
vinha enfrentando pressões para imprimir um viés mais político à pasta e
concretizar entregas consideradas prioritárias por Lula.
Lula se reuniu com Nísia nesta tarde e depois
se encontrou com Padilha. Lula já demonstrou incômodo com o andamento do
programa Mais Acesso a Especialistas na gestão Nísia. A iniciativa foi lançada
para ampliar a oferta de consultas e exames especializados no SUS.
No Planalto, há o entendimento de que o
programa poderia se tornar uma marca do terceiro mandato de Lula, que enfrenta
atualmente uma queda na popularidade.
Desde o início do ano, as cobranças se
intensificaram em diversas reuniões fechadas entre a ministra e o presidente,
no Palácio do Planalto.
O entorno de Nísia chegou a reclamar do
“abandono” das mulheres do governo e do PT na defesa de sua permanência à
frente da pasta. Primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde, Nísia foi anunciada
por Lula ainda na transição de governo, em dezembro de 2022. Anteriormente, ela
havia presidido a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na instituição, Nísia coordenou as ações de
enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Brasil, além de criar o “Observatório
Covid-19”, uma iniciativa com o objetivo de monitorar e divulgar informações e
notícias sobre a pandemia e seus impactos no País.
O novo ministro tem 53 anos, foi eleito
deputado federal pelo PT em São Paulo e é médico. Ele já foi ministro da Saúde
na gestão de Dilma Rousseff. Com informações dos portais de notícias CNN Brasil
e Estadão Conteúdo.