Em
jogo difícil, Lorena defendeu pênalti e Gabi Portilho (foto) fez o gol da
classificação
Em
um jogo com poucas emoções, a Seleção Brasileira feminina jogou com brio e fez
frente às francesas, careceu de qualidade técnica na parte ofensiva mostrando
muita dificuldade com a bola nos pés, mas venceu por 1 a 0, com gol da corintiana
Gabi Portilho, e eliminou da Olimpíada de Paris a França na cidade de Nantes,
nesse sábado (3).
Foi
a primeira vitória do Brasil contra as francesas na história, por isso o
triunfo vem com gosto especial de revide. sofreu em duelos contra as rivais nas
duas últimas Copas do Mundo da modalidade, com eliminação nas oitavas de final
em 2019 e derrota na fase de grupos em 2023.
No
confronto desse sábado, consistência defensiva do time do técnico Arthur Elias
foi suficiente para superar as anfitriãs olímpicas, pelas quartas de final do
torneio de futebol feminino dos Jogos Olímpicos.
A
Seleção não pode contar com a camisa 10 Marta, que foi expulsa na derrota para
a Espanha e teve de cumprir suspensão, e a lateral Antônia, fora dos Jogos após
sofrer uma fratura na fíbula da perna esquerda. Além dos desfalques, a equipe
brasileira enfrentava um retrospecto desfavorável nas quartas de final: nunca
venceu a França nos 12 confrontos já realizados, com cinco empates e sete
derrotas.
Jogo
Com
o apoio de mais de 35 mil pessoas no Estádio La Beaujoire, a equipe anfitriã
começou em cima do Brasil. Para ilustrar o cenário, Jennifer recebeu cartão
amarelo aos 20 segundos de jogo.
Aos
três minutos, a equipe brasileira escapou da marcação e Adriana foi lançada por
Thaís, que cruzou da linha de fundo para Yasmim, cujo passe foi interceptado na
área. Aos sete, Gabi Portilho fez boa jogada pela direita e cruzou para Gabi
Nunes, que cabeceou apertada pela marcação, à esquerda do gol da França.
Aos
11 minutos, Katoto ajeitou de cabeça e deixou Delphine Cascarino livre para
entrar na área. A camisa 10 avançou até ser derrubada por Tarciane. A camisa 7
Karchaoui cobrou rasteiro e fraco no canto direito da goleira Lorena, que
espalmou para fora.
A
perda do pênalti afetou as francesas, que passaram a baixar suas linhas de
defesa, permitindo a aproximação – embora sem perigo – das brasileiras. Pouco
depois, a França se recobrou e retomou a marcação forte no campo da seleção
brasileira.
Nas
poucas chances em que tinha a bola no campo francês, as jogadoras brasileiras
erravam todos os passes, ficando sem chance de ameaçar a goleira Picaud.
Faltava alguém que conectasse o meio de campo e o ataque.
Aos
39, a França voltou a ameaçar: Bacha cobrou escanteio da direita, Mbock
cabeceou na pequena área e acertou o travessão do Brasil. Foi o último lance de
emoção de um primeiro tempo pegado.
Apesar
de jogar de igual para igual com as francesas e não deixá-las confortáveis,
carecia ao Brasil organização ofensiva e acerto de passes no último terço do
campo. Já a França, apesar do apoio da torcida, pouco chegou ao gol de Lorena.
O
segundo tempo começou com o Brasil atacando. Aos 29 segundos, Adriana recebeu
na direita e cruzou fechado, obrigando a goleira Picaud a dar um tapinha.
Yasmim recuperou na esquerda e cruzou para Jennifer, que cabeceou para fora. A
França também não dava sorte no ataque: aos cinco, Karchaoui fez boa jogada
pelo meio e tentou o passe para Katoto na área, mas mandou muito forte e a bola
saiu pela linha de fundo.
O
Brasil não conseguia aproveitar as bolas paradas: aos 11, Duda Sampaio cobrou
escanteio da direita, e a defesa da França cortou de cabeça. Aos 14, Cascarino
cruzou da direita na pequena área, Katoto subiu sem marcação mas cabeceou por
cima do travessão. A França tinha o domínio do jogo naquele momento – o Brasil
mostrava muita dificuldade com a bola nos pés.
Aos
17, Kerolin tomou a bola de Wendie Renard na frente da área e rolou para Gabi
Portilho, que chutou cruzado, à direita do gol francês. As anfitriãs aumentaram
a pressão à medida em que o segundo tempo se esvaía, mas o resultado era sempre
improdutivo.
No
contra-ataque, aos 37, a defesa da França se atrapalhou, Gabi Portilho
aproveitou a indecisão, entrou livre na área e chutou na saída de Picaud. O
Brasil abriu o placar e ia eliminando as francesas em casa apesar das
dificuldades ofensivas.
A
juíza anunciou 16 minutos de acréscimos e começou a inverter as laterais para a
equipe francesa. Logo uma confusão tomou conta do gramado, mas terminou com
cartões amarelos para Gabi Portilho (Brasil) e Diani (França), respectivamente.
Aos
55, após lançamento para a área do Brasil, a bola ficou no bate-rebate, Mbock
tentou a conclusão, a bola bateu em duas jogadoras do Brasil e ficou com a
goleira Lorena.
Na
semifinal, a seleção pega a Espanha – atual campeã mundial e que eliminou a
Colômbia – na próxima terça-feira (6), às 16h. Por-O
Sul.com/Foto: CBF/Reprodução