Advogado
pode recorrer em liberdade. Dal Agnol responde a mais de 200 processos por
suspeita de se apropriar de valores recebidos por clientes em ações contra
empresa de telefonia.
O
advogado Maurício Dal Agnol foi condenado a 96 anos de prisão por lesar 18
clientes, ficando com o dinheiro obtido por eles em processos judiciais no Rio
Grande do Sul. A sentença foi confirmada nesta quarta-feira (31) pelo juiz
Luciano Bertolazi Gauer, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo, no Norte do
estado.
De
acordo com a Justiça, Dal Agnol poderá recorrer em liberdade porque não há
requisitos legais, nem pedido de prisão preventiva. O g1 tenta localizar a
defesa do advogado.
Os
crimes teriam sido cometidos entre 2007 e 2012. Conforme a denúncia, Dal Agnol
captou clientes da antiga operadora telefônica Brasil Telecom, propondo abrir
ações contra a empresa. Diversas pessoas ganharam os processos, porém, o
advogado teria se apropriado de parte dos valores.
"Cabia
ao réu comprovar que efetuou o pagamento dos valores que cabiam às vítimas em
sua totalidade, entretanto, os documentos apresentados, cópias de alvarás,
cópias de recibos sem assinaturas, cópias de acordos, não foram suficientes
para comprovar as alegações apresentadas", sustentou o juiz.
Outros
quatro réus no processo tiveram a punibilidade extinta, em razão da prescrição
do processo. Dal Agnol e os demais acusados foram absolvidos do crime de
associação criminosa. Segundo a Justiça, os acusados cumpriam ordens do
advogado no esquema.
Mais
de 200 processos
Dal
Agnol é alvo de mais de 200 processos judiciais. Em um deles, o advogado foi
condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por lavagem de dinheiro.
Em
outra ação, o acusado foi condenado a pagar R$ 66 milhões por danos morais
coletivos em nome dos clientes. A Justiça afirma que o réu deve mais de R$ 230
milhões em ações individuais.
Em
2014, a Polícia Federal descobriu que Dal Agnol era proprietário de 950 imóveis
– um deles, em Nova York (EUA), teria custado cerca de R$ 14 milhões. O
advogado também tinha adquirido um jato de R$ 20 milhões.
Em
2014, Dal Agnol foi alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério
Público, chegando a ficar preso por seis meses no Presídio Regional de Passo
Fundo. Dal Agnol está impedido de exercer a profissão de advogado. Por-G1.com