A ginasta superou as marcas da ex-jogadora de vôlei Fofão e da judoca Mayra Aguiar.
Aos
25 anos e em seu terceiro ciclo olímpico, a ginasta Rebeca Andrade já é a
brasileira com o maior número de medalhas na história das Olimpíadas. A prata
conquistada nessa quinta-feira (1º), no individual geral da ginástica artística
de Paris é a quarta da atleta desde Tóquio-2020, quando ela conquistou as duas
primeiras medalhas femininas da modalidade para o País. Rebeca terminou com a
nota 57.932, melhor do que aquela obtida nos últimos Jogos (57.298).
A
ginasta supera as marcas da ex-jogadora de vôlei Fofão e da judoca Mayra
Aguiar, que conquistaram três medalhas ao longo das carreiras. A segunda ainda
compete na categoria por equipes em Paris e pode chegar a seu quarto pódio, mas
não pode mais ultrapassar a ginasta, já que foi eliminada da disputa até 78 kg
nesta quinta.
Andrade,
por sua vez, ainda disputará três finais até o fim da Olimpíada (trave, solo e
salto) e pode chegar à marca de sete medalhas. Com base no desempenho obtido na
final por equipes, Rebeca conquistaria pódio no solo e no salto, além do
individual geral. Isso a faria superar o recorde de medalhas dos velejadores
Robert Scheidt e Torben Grael, maiores medalhistas olímpicos da história do
País, com cinco medalhas.
“É
uma honra, me sinto privilegiada. Diante de tantas coisas que poderiam
acontecer, e tantas pessoas que poderiam ter sido escolhidas para estar aqui.
Eu tô aqui, eu consegui, então realmente é uma honra gigantesca fazer parte da
porcentagem de mulheres que estão vencendo e hoje poder trazer um resultado no
meu esporte para o meu país isso é incrível”, disse.
Este
é o segundo recorde que Rebeca quebra em Paris-2024. Ao se classificar para
cinco finais, superou as marcas de Jade Barbosa (Pequim-2008) e dela mesmo, em
Tóquio-2020. Em ambos os casos, as ginastas haviam disputado três decisões nos
Jogos.
“Eu
penso, não vou mentir, quero estar no pódio. Mas o resultado é consequência, eu
tenho que fazer minha parte para estar lá eu preciso fazer minha parte, e esse
é o foco”, afirma.
Rebeca
já era a ginasta mais condecorada do Brasil na história. Além das quatro
medalhas olímpicas, tem nove pódios em Mundiais, três ouros, quatro pratas e
dois bronzes. Entrou para um seleto time de dez ginastas que já conquistaram
medalhas em todas as provas da modalidade em Mundiais.
Se
terminar a Olimpíada com ao menos quatro medalhas – já tem o bronze por equipes
na bagagem –, Rebeca dobrará o resultado obtido em Tóquio-2020. Na ocasião,
conquistou a prata no individual geral e no salto. A ‘novidade’ neste ano é a
possibilidade de chegar com chance de medalha no solo.
Ao
longo do individual geral, Rebeca brigou com Biles desde o primeiro aparelho –
chegou a assumir a liderança após as barras assimétricas, segundo aparelho a
ser executado. Ela também melhorou seu desempenho em relação a Tóquio-2020.
Depois de uma série de lesões na carreira, principalmente de ligamento, a
ginasta vive em Paris a melhor fase de sua carreira.
Mesmo
assim, não garante uma longa continuidade na Olimpíada. “O futuro a Deus
pertence. Eu falo assim porque realmente, para mim, é muito difícil fazer
individual geral depois de tantas lesões. Enquanto meu corpo aguentar, eu vou
estar aqui. Pode ser que eu não faça todos os aparelhos. É importante preparar
também os fãs, porque, quando a gente se despede, é muito difícil”, afirmou,
após a medalha de bronze por equipes. O Sul.com/