Jornalista questiona por que Ministério da Saúde só
está avisando agora sobre casos de trombose ligados às vacinas
Nos últimos
dias, repercutiu nas redes sociais o trecho de um vídeo do jornalista e
comentarista da Rádio Guaíba, Alexandre Garcia em que ele alega que o
Ministério da Saúde só está divulgando agora (2023) a ligação entre casos de
trombose e as vacinas de adenovírus — da Janssen e da AstraZeneca.
“Vejo aqui
que o Ministério da Saúde está avisando que há perigo de trombose em vacinas da
Janssen e da AstraZeneca — que, aliás, a Fiocruz parou de produzir. Avisando
agora. Faz um ano e quatro meses que o então presidente da república [Jair
Bolsonaro] avisou, mas os jornais trataram de menosprezar, invalidar o alerta,
dizendo ‘não tem provas’.
Em 2021 um
estudo publicado na revista científica Nature Medicine constatou que a vacina
anti-Covid da AstraZeneca pode causar problemas sanguíneos em 1,13 caso a cada
100 mil pessoas que receberam a primeira dose do imunizante, até 27 dias após a
aplicação. Em 2022, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
reforçou que “casos raros de trombose em combinação com trombocitopenia (TTS)
associados a vacinas contra a Covid-19 com vetor de adenovírus têm sido
detectados no Brasil e no mundo”.
A Fiocruz
(Fundação Oswaldo Cruz), responsável pela produção da vacina AstraZeneca no
Brasil, também deixou claro que a relação do imunizante com casos de trombose
não é de causalidade (causa e efeito). O posicionamento da Fiocruz ocorreu após
boatos de que o imunizante havia sido descontinuado no Brasil por causa de
casos de trombose em pessoas acima de 40 anos, principalmente entre as
mulheres.
Porém, a
vacina apenas passou por uma mudança de recomendação espelhada em evidências
científicas recentes — indicada preferencialmente a indivíduos a partir de 40
anos, mas sem contraindicação ou proibição para o uso na faixa etária de 18 a
40 anos.
Segundo a Anvisa, é comum que vacinas de primeira geração (como as da AstraZeneca e da Janssen) sejam substituídas por outros imunizantes atualizados, que protejam contra as novas mutações do coronavírus.
FONTER7/Publicado por Marco Poli