Arábia
Saudita foi responsável por 21% das exportações de carne de frango do Estado
entre janeiro a outubro de 2024
O governo
da Arábia Saudita anunciou que vai retirar as restrições temporárias impostas à
importação de carne de aves do Rio Grande do Sul. A decisão acontece após a
conclusão do foco de gripe aviária registrada no município de Montenegro. A
confirmação foi dada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao
governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção
Sustentável e Irrigação (Seapi), na quarta-feira (13).
Dados da
Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) mostram que a Arábia Saudita foi
responsável por 21% das exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul
entre janeiro a outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes.
Entre abril e janeiro deste ano, a Arábia Saudita era o 2º maior importador do
produto brasileiro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (Mdic).
O
presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, destacou que é uma notícia
importante, tendo em vista o potencial de compra da Arábia Saudita. “É mais um
passo rumo a normalização do comércio exterior para a avicultura do Rio Grande
do Sul. Hoje os países do Oriente Médio importam cerca de 30% do que o Brasil
exporta, e automaticamente, o Estado se enquadra nesse número porque somos o 3º
maior exportador do Brasil”, afirmou.
“Aos poucos
estamos reabrindo mercados importantes e estratégicos para o Rio Grande do Sul.
Isso também mostra a credibilidade que temos junto aos países e a qualificação
do trabalho do Serviço Veterinário Oficial gaúcho”, enfatizou o secretário da
Agricultura, Edivilson Brum.
Na última
semana, em missão ao Rio Grande do Sul, o Chile também havia anunciado a
reabertura do mercado avícola. Faltando agora dois importantes países que é são
a China e a União Europeia.
“A
reabertura da Arábia Saudita é extremamente importante por se tratar de um
parceiro comercial fundamental para a avicultura do Rio Grande do Sul e isso
simboliza o reconhecimento das garantias que o Estado e que o país têm dado à
proteína animal, em especial à avicultura”, destacou o secretário-adjunto da
Seapi, Márcio Madalena.
Gripe
aviária
Conforme o
Ministério da Saúde, a gripe aviária é uma doença infecciosa que pode infectar
aves e mamíferos, incluindo humanos. De acordo com a Organização Mundial de
Saúde Animal (OMSA), desde o ano de 2022 observa-se surtos de Influenza Aviária
de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves domésticas, aves e mamíferos silvestres
em diversos países da região das Américas como Argentina, Bolívia, Canadá,
Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala,
Honduras, México, Panamá, Peru, Uruguai, Venezuela e, mais recentemente, no
Brasil.
O vírus
influenza subtipo A(H5N1) é predominante nesses surtos e é a primeira vez que
se nota uma persistência na ocorrência dos casos nas aves, e de forma
prolongada. Sempre que os vírus da influenza aviária circulam entre aves,
existe o risco de ocorrência esporádica de casos humanos pela exposição a aves
infectadas ou ambientes contaminados.
Assim, o
controle da doença em animais é uma medida essencial para reduzir o risco ao
ser humano e ao ambiente, sendo fundamental que as vigilâncias animal e humana
atuem em constante comunicação, trabalhando de forma coordenada e se
fortalecendo mutuamente.
Até o
momento, dentro do que foi observado no mundo, o vírus da influenza aviária não
infecta humanos com facilidade e, quando ocorre, geralmente a transmissão de
pessoa a pessoa não é sustentada.
Globalmente,
desde 2003, foram notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) um total de
874 infecções humanas, incluindo 458 óbitos, caracterizando alta letalidade. Foto:
Arquivo/EBC