O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério
Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou nesta terça-feira, 20 de
maio, em Caxias do Sul, uma operação para investigar um jogador do Juventude e
outras pessoas suspeitas de envolvimento em casos com manipulação de resultados
para apostas. Foram cumpridos dois mandados de busca, um na casa do atleta e
outro no Estádio Alfredo Jaconi, no armário de uso pessoal do jogador.
CRIMES
Os crimes investigados são os de organização criminosa, artigo 198 da Lei
Geral de Esporte e, ainda, eventual estelionato associado. Sobre o artigo 198,
trata-se de solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão
destinado a alterar ou falsificar o resultado de competição esportiva ou evento
a ela associado. A pena é de dois a seis anos de prisão, além de multa.
ALERTA DA CBF
O objetivo da operação, que atendeu a uma solicitação da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), foi obter mais provas sobre distorções em apostas
que prejudicaram centenas de pessoas para favorecer algumas. Conforme apuração,
elas já tinham informações privilegiadas sobre a suposta manipulação para que o
jogador recebesse pelo menos dois cartões amarelos em duas partidas pela Série
A do Campeonato Brasileiro de 2025.
Ainda segundo o GAECO, os mandados de busca foram cumpridos porque a CBF,
ao emitir o alerta, relatou ao MPRS que foram registradas movimentações acima
do considerado normal para um cartão envolvendo um jogador e também pelo fato
de que pessoas ligadas ao alvo, tanto no mês passado, quanto agora, estariam
entre os apostadores. Os valores apostados não foram divulgados.
OPERAÇÃO TOTONERO
A investigação e a chamada “Operação Totonero” são conduzidas pelos
promotores de Justiça Rodolfo Grezzana, que atua em Caxias do Sul, e Manoel
Figueiredo Antunes, coordenador do 5º Núcleo Regional do GAECO – Serra. Segundo
eles, foram deferidas ordens judiciais para localizar, por exemplo, documentos,
mídias, celular, entre outros. Com este material, o MPRS pretende identificar
outros suspeitos envolvidos. A investigação continua.
A operação contou ainda com a participação do coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, e da promotora de Justiça Cristina Schmitt. Os mandados foram cumpridos com apoio da Brigada Militar.