A Estação Rodoviária de Santiago, sob a
administração da família Viero, tem data para encerrar suas atividades: 5 de
abril de 2025. Quem confirmou a foi o administrador Jorge Viero. A decisão foi
motivada por diversos desafios enfrentados ao longo dos anos, como a queda no
movimento durante a pandemia, outros impactos e os altos custos de manutenção,
tributos e operação.
Apesar da concessão atual ainda ter validade
até 2034, o administrador destacou que a continuidade do serviço se tornou
inviável, visto que o movimento atual não recuperou os níveis anteriores à
pandemia, operando com cerca de 50% de sua capacidade anterior.
A família Viero, que gerencia a rodoviária
desde 1954, está em busca de alternativas para que o serviço continue, seja por
meio de uma nova empresa que assuma a concessão, ou pela venda ou locação do prédio.
Caso não haja interessados até a data de encerramento, Santiago poderá ficar
sem uma rodoviária até que outra solução seja encontrada.
Linhas tradicionais, como as que atendem Porto
Alegre, Santa Maria e São Luiz Gonzaga, ainda operam, mas com frequência
reduzida. A situação preocupa moradores, especialmente pela possibilidade de
mais cortes nas rotas e dificuldades para deslocamentos intermunicipais.
Concorrência
de aplicativos e caronas
Jorge Viero atribui a redução no número de
passageiros ao uso crescente de aplicativos de transporte e caronas, alegando
que muitos usuários não se preocupam com questões de segurança.
Entrevista com Jorge Vieiro, administrador da
Rodoviária de Santiago:
Qual a
história da rodoviária de Santiago?
Ela começou a operar em 1954, com o primeiro
contrato de concessão firmado com o Estado. Antes disso, o transporte de
passageiros era de forma informal, a partir de 1936, quando Alfredo Viero, ao
retornar para Santiago, passou a organizar as reservas e vendas de lugares para
veículos que faziam o transporte entre cidades como São Luiz Gonzaga e Santo
Ângelo. Naquela época, os ônibus tinham capacidade limitada, e a demanda já era
grande. Em 1954, com veículos maiores e micro-ônibus, o serviço passou a ter
maior organização. Desde então, a concessão foi renovada periodicamente, sendo
atualmente administrada pela família Viero.
Quais os principais desafios enfrentados pela
rodoviária recentemente?
Nos últimos anos, a rodoviária enfrentou
grandes desafios, como a queda no movimento durante a pandemia e os impactos
das enchentes. Apesar de uma pequena recuperação após esses eventos, o
movimento permanece muito abaixo do esperado, com cerca de 50% do volume de
passageiros em comparação ao período pré-pandemia. Os altos custos de manutenção
do prédio, tributos e pagamento de funcionários também tornaram a operação
inviável.
Quando a
rodoviária de Santiago encerrará suas atividades?
A rodoviária, sob administração da família
Viero, encerrará oficialmente suas atividades no dia 5 de abril de 2025. A
decisão já está tomada devido à inviabilidade financeira de manter o serviço.
O que
acontecerá com o prédio da rodoviária?
A família está buscando alternativas para que
o serviço continue. O prédio está disponível para venda ou locação, o que
permitiria que uma nova empresa assumisse a concessão e continuasse operando no
mesmo local. Caso não se encontre um interessado até a data de encerramento,
Santiago poderá ficar temporariamente sem uma rodoviária, até que outra solução
seja encontrada.
Como está a
situação atual das linhas de ônibus?
As linhas que ainda operam em Santiago
sofreram grandes reduções. Algumas rotas tradicionais, como as que ligavam
Santo Ângelo, Ijuí, Cruz Alta e Alegrete, já foram descontinuadas. Hoje, linhas
para cidades como São Luiz Gonzaga e São Francisco de Assis ainda existem, mas
com frequência reduzida. Porto Alegre e Santa Maria também têm menos horários
disponíveis. Além disso, há incertezas sobre a continuidade de algumas rotas,
devido a dificuldades enfrentadas por empresas de transporte que operam na
região.
O que será feito para garantir a continuidade
do serviço?
A família está em busca de empresas
interessadas em assumir a concessão da rodoviária. Caso haja interessados, o
serviço poderá continuar, seja no atual prédio, por meio de locação, ou em
outro local. Apesar disso, a situação ainda é incerta, e a continuidade do
serviço dependerá de novos acordos.
Como a
população será impactada?
O fechamento da rodoviária é considerado uma
situação delicada, que pode dificultar o transporte intermunicipal,
especialmente para cidades como Santa Maria e Porto Alegre. Jorge Viero
destacou que a redução das linhas já trouxe prejuízos para o público, e a falta
de uma solução imediata para a concessão pode agravar ainda mais a situação.
Qual a
mensagem final do administrador?
Lamento o encerramento das atividades, considerando-o um momento triste para a cidade. A família Viero está fazendo o possível para encontrar uma solução que garanta a continuidade do serviço, mas reforçou que, a partir de 5 de abril de 2025, a rodoviária de Santiago estará oficialmente fechada sob a administração da família.
Colaborou: David da Silveira Nunes (Rádio Nova
Pauta)