Brasil chegou a ser certificado como País livre do sarampo em 2016, mas voltou a registrar a circulação do vírus em 2019
Ao
menos 4.587 municípios foram classificados como em alto risco para sarampo,
enquanto 225 foram categorizados como em risco muito alto, totalizando 86% das
cidades em todo o País com risco elevado para a doença. Há ainda 751 municípios
listados com risco médio e apenas quatro com baixo risco. Os dados foram
apresentados nesta quarta-feira (18) durante a 26ª Jornada Nacional de
Imunizações, em Recife (PE).
Ao
comentar o cenário, a coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas), Flávia Cardoso, lembrou que o Brasil chegou a ser certificado
como País livre do sarampo em 2016, mas perdeu o status em 2019 após voltar a
registrar a circulação do vírus por um período superior a 12 meses. “Em 2022, o
Brasil estava endêmico para sarampo e, em 2023, passou para o status de país
pendente de reverificação”, explicou.
Segundo
Flávia, em maio deste ano, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação
do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas esteve
no País e fez uma série de recomendações, incluindo ampliar a sensibilidade na
definição de casos suspeitos de sarampo. A entidade pede que o país apresente o
número de amostras recebidas de pacientes com febre e exantema e quais foram os
diagnósticos de descarte.
De
acordo com a coordenadora, a comissão destacou que, embora a cobertura vacinal
tenha melhorado tanto para o sarampo quanto para a rubéola, por meio da
tríplice viral, em alguns estados o progresso foi mínimo ou mesmo negativo. A
situação no Rio de Janeiro, no Amapá, no Pará e em Roraima foi classificada
pela entidade como muito preocupante para a manutenção da eliminação do sarampo
e da rubéola no País.
Também
foi recomendado que o Brasil padronize um fluxograma de resposta rápida a casos
suspeitos, tomando como base o caso recente de sarampo detectado no Rio Grande
do Sul, importado do Paquistão. Por fim, a comissão sugere articular junto ao
Ministério do Esporte e ligas esportivas a vacinação de atletas brasileiros, a
exemplo do que foi feito previamente aos Jogos Olímpicos de Paris este ano.
“Foi
feita ainda a recomendação de buscas ativas integradas de casos de sarampo e
rubéola com poliomielite e paralisia flácida em menores de 15 anos”, disse
Flávia, ao citar que as ações servem para fortalecer a vigilância a nível
municipal.
O Sul.com/foto: Divulgação/Ministério da Saúde